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Allan Kardec - História do Espiritismo - Parte V
Antes de ler este artigo, convido-o a ler os anteriores:
Emanuel Swedenborg - História do Espiritismo - Parte I
Andrew Jackson Davis - História do Espiritismo - Parte II
As irmãs Fox - História do Espiritismo - Parte III
As mesas girantes - História do Espiritismo - Parte IV
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, França, no ano de 1804, cresceu numa zona rural perto da referida cidade, ainda iniciou aí os seus estudos, mas concluiu-os na Suíça sob a direcção do célebre professor Pestalozzi.
Foi bacharel em Ciências e Letras e o seu trabalho era reconhecido, tendo produzido perto de uma dezena de livros sobre educação que foram adoptados pela Universidade de França.
Criou o Instituto Técnico de Paris, um estabelecimento de ensino com base no método Pestalozzi, foi professor no Liceu Polimático, criou um método de estudo por processos mnemónicos que ajudava os alunos a aprender com mais facilidade, dava aulas gratuitas em casa, era membro de várias sociedades sábias de França, enfim, era um homem reconhecido e respeitado pelos seus pares.
Ouviu falar das mesas girantes no ano de 1854, mas não acreditou que o fenómeno fosse verdadeiro, tendo ficado para a história a frase que proferiu a respeito:
"Acreditarei quando puder ver com os meus próprios olhos e quando me provarem que uma mesa tem um cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula: por enquanto, seja-me permitido dizer que tudo isso me parece um conto para fazer dormir em pé"
No entanto e após muita insistência por parte de alguns amigos, aceitou um convite realizado pelo Sr. Pâtier (homem instruído, calmo, sério que lhe causou muito boa impressão) e foi assistir a umas experiências que se realizavam em casa da Sr.ª Plainemaison no dia 31 de Maio de 1855.
Foi nesse local que teve oportunidade de ver as mesas a girar, saltar, mover-se rapidamente ao longo da sala, de uma tal forma que não deixavam espaço para quaisquer dúvidas relativamente à veracidade do ocorrido.
No entanto, sendo um homem de ciência, tais acontecimentos não foram por ele encarados como entretenimento, mas como algo de sério que merecia ser estudado.
Se as mesas respondiam a perguntas e não tinham cérebro, se as questões por vezes eram colocadas só em pensamento, se a perguntas inteligentes obtinham respostas inteligentes, algumas desconhecidas dos presentes de tal forma que só conseguiam ser verificadas posteriormente, o que poderia ser a origem inteligente de tais respostas?
Foram as próprias mesas a responder (ainda através de um alfabeto de batidas, tal como explicado nos textos anteriores), não eram as mesas, estas eram tão somente o instrumento que os espíritos de pessoas já falecidas utilizavam para conseguir falar com quem ainda estava vivo no corpo de carne.
Este tema será mais desenvolvido em futuros artigos, no entanto e para já, importa ao leitor entender que a noite de 31 de Maio de 1855 seria o pontapé de saída de um estudo e investigação sério, criterioso e incansável por parte de Hippolyte Rivail, tendo produzido uma obra notável sob o pseudónimo de Allan Kardec dando origem ao Espiritismo, ou Doutrina Espírita.
Da obra que organizou, a base do espiritismo está contida nos seguintes 5 livros:
- O Livro dos Espíritos - (1857);
- O Livro dos Médiuns - (1861);
- O Evangelho Segundo o Espiritismo - (1864);
- O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo - (1865);
- A Génese, os Milagres e as Predições - (1868).
Adicionalmente, entre 1858 e 1869 (ano em que desencarnou) publicou mensalmente a Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos e outras obras que irão ser abordadas em futuros textos aqui no Blog de Espiritismo.
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